LADINA FRIENDS IN FLORIDA PRESENT AT CENTURY VILLAGE ON FEB. 25, 2007,
ANDREW L. ROSENKRANK, Florida director of the Anti Defamation League
speaking on Global Anti-semitism and featuring Ladino songs from the Kulanu choir.
2007/01/26
2007/01/25
LADINA TERTULIAS
HEBREW EDUCATION IN LIGHT OF THE TORAH,
Sunday, January 28, 2007 22.h
at the LITERARY CLUB OF PORTO,
Porto, Portugal
CONFERENCE THEME/TEMA DA CONFERENCIA
Luis Gonzaga Grego
O Judaísmo assenta no conceito de rectidão e pode ser definido como uma cultura religiosa porque se baseia em crenças e num modo de vida. O Judaísmo não é transmitido geneticamente mas sim culturalmente e dentro de cada família através do exemplo e da influência. O processo de transmissão é o da educação em sentido lato, uma vez que aquilo que é transmitido não é apenas conhecimento mas também crenças e valores, atitudes e ideias, e sobretudo, um sentido de identificação e comprometimento. A ideia de que a vida humana é sagrada, porque criada à imagem de Deus, foi o preceito central da ética judaica. Tudo provem de Deus, cabendo ao homem o uso temporal desses dons: deve, por exemplo, arar a terra tendo em vista o seu uso pelas gerações vindouras.
A responsabilidade de transmitir o Judaísmo advém do Sinai, isto é, da obrigação contraída pelos antepassados quando em seu nome e em nome dos seus descendentes estabeleceram uma Aliança com Deus [1]. A transmissão do Judaísmo é uma tarefa para cada sucessiva geração de Judeus [2].
As tradições do povo Judeu eram difundidas oralmente na família através do pai e da mãe, responsáveis pela educação dos filhos a quem exigiam obediência do mesmo modo que Deus exigia ao seu povo.
As práticas educativas assentavam essencialmente na observação, no exemplo e na participação nas actividades familiares e religiosas nas quais o pai exercia duas funções: mestre e sacerdote. A partir do séc. VIII a.C. esta relação foi sendo formalizada e os escribas e sacerdotes assumiram progressivamente um papel mais importante na formação das crianças. No séc. III a.C. surge a Escola Sinagoga Elementar cujos pontos centrais de estudo eram o Pentateuco [3] e a literatura sapiencial em ordem a fortalecer a identidade comunal e a preservar a herança da fé ancestral. A escola judaica era uma escola destinada a todas as crianças porque a lei judaica assim obrigava todos os pais em todas as comunidades e tinha por objectivo instruir o discípulo na leitura e na compreensão das Escrituras Sagradas, no conhecimento da Lei Oral, por forma a prepará-lo para o estudo da Tora e para o Culto Divino. O povo Judeu foi uma das primeiras comunidades da antiguidade a insistir num ensino formal para todo o povo, praticando a alfabetização de adultos, a educação da população em geral e iniciando as crianças desde os seis ou sete anos de idade até aos 13 anos, sob a tutela do escriba. Estudavam a Tora, que além do Pentateuco inclui o corpo de tradições e interpretações que tratam da liturgia, e estudavam aritmética e hebraico antigo. No que se refere ao estudo da Tora, a democraticidade do processo ia ao ponto de juntar todas as crianças [4]. A educação habilitava os alunos a ler os livros da Tora e dos Profetas e a levá-los a uma compreensão de modo a que o conhecimento da Tora fosse suficiente para fazer participar a criança no estudo público desta e encorajá-la no desenvolvimento e expansão da tradição oral.
O processo educativo inculca no aluno não só o orgulho mas também a piedade e a humildade como membro de um povo santo. A sua educação fundamenta-se na crença de que Deus escolheu os Judeus para servirem de instrumento mas que a falta de fé desvia a sua posição privilegiada no caminho da salvação. Caso haja este desvio só a rectidão pode salvar o povo. Entendemos deste modo porque é que a educação tenta criar uma consciência cultural e cívica totalmente religiosa, ensinando valores individuais, integridade moral e religião: pretende-se que os judeus assimilem esses valores e que os pratiquem no dia a dia. A ênfase no trabalho manual e na dignidade deste é atestada pelo facto de mesmo os maiores estudiosos, os Rabinos e os profetas exercerem uma profissão: Jesus era carpinteiro. Era aceite que o trabalho manual enobrecia o carácter humano. No ensino da religião o processo educativo enfatiza a santidade mostrando que a única forma de se alcançar a rectidão pessoal é através da
disciplina moral, da contemplação, da oração e na conduta do dia a dia. É muito importante formar uma pessoa moralmente correcta porque o que importa na vida é aquilo que a pessoa é e não o que sabe fazer. Este facto explica o porquê de não haver preconceitos entre as profissões hebreias: as pessoas são julgadas pela sua rectidão de carácter.
Sabe-se que a prática da educação é muito anterior ao pensamento pedagógico. Tal pensamento surge em decorrência da reflexão que se faz em cima da prática da educação, como necessidade de sistematizá-la e organizá-la em função de determinados objectivos. O oriente [5] afirmou principalmente os valores da tradição, da não violência, da meditação e ligou-se principalmente à religião. Apesar das mudanças que experimentou, a educação judaica conserva ainda o ideal temático: Deus como princípio e fim, mestre e modelo da formação do povo.
Os livros sapienciais do Antigo Testamento são um manual para o êxito na vida, referem-se ao destino dos indivíduos, ensinam que a verdadeira sabedoria é não mais que o temor a Deus e que este temor é piedade. A origem da sabedoria deve ser procurada na vida familiar porque todo o conhecimento acumulado de geração em geração, o conhecimento sobre a natureza e sobre os homens, tudo isto é expresso em pequenas sentenças, ditados populares que possuem uma aplicação moral e que servem de normas de conduta. O ensino oral é compatível com este género de sabedoria, fácil, curta, simples, breve.
Neste debate procuraremos expor os ensinamentos do Livro dos Provérbios, do Eclesiastes e do Eclesiástico relacionando-os com a educação judaica, mais propriamente com o Judaísmo Sapiencial para quem o universo é o espelho perfeito da vontade de Deus, verdade que nos é transmitida através da experiência pessoal e da vontade colectiva.
--------------------------------------------------------------------------------
[1] Tomou o livro da Aliança e o leu para o povo; e eles disseram: "Tudo o que Iahweh falou, nós o faremos e obedeceremos" ( Ex.24:7).
[2] (...) ele firmou um testemunho em Jacó e colocou uma lei em Israel, ordenando a nossos pais que os transmitissem aos seus filhos, para que a geração seguinte os conhecesse, os filhos que iriam nascer: Que se levantem e os contem a seus filhos, para que ponham em Deus sua confiança, não se esqueçam dos feitos de Deus e observem seus mandamentos; (...) ( Sl. 78:5).
[3] Os cinco primeiros livros da Bíblia formam um conjunto que os Judeus chamam "Lei" ou Tora. Inclui o Livro do Génesis (porque começa pelas origens do mundo), O Êxodo (porque começa com a saída do Egipto), O Levítico (porque contém a lei dos sacerdotes da tribo de Levi), Os Números (por causa dos recenseamentos) e o Deuterónimo ( a segunda lei). Foram apresentados como lenda transmitida oralmente, de várias tribos hebraicas e alcançou a forma escrita depois do Exílio.
[4] "(...) o filho de um mendigo ou de um homem rico, o filho de um Haver (indivíduo) ou de um personagem ilustre da cidade, juntamente com os filhos dos homens ignorantes e pessoas de baixa estirpe ou mesmo os filhos de vários malfeitores e homens perversos.", Shmvel Safrai, Educação Elementar no Período Talmúdico, p.160-161, In Vida e Valores do Povo Judeu, UNESCO, 1969.
[5] A literatura sapiencial floresceu em todo o Antigo Oriente. Tem poucas preocupações religiosas e fica no plano do profano. Esclarece o destino dos indivíduos colhendo os frutos da experiência. Ensina o homem a conformar-se à ordem do universo e deveria dar-lhe os meios para ser feliz e prosperar.
HEBREW EDUCATION IN LIGHT OF THE TORAH,
Sunday, January 28, 2007 22.h
at the LITERARY CLUB OF PORTO,
Porto, Portugal
CONFERENCE THEME/TEMA DA CONFERENCIA
Luis Gonzaga Grego
O Judaísmo assenta no conceito de rectidão e pode ser definido como uma cultura religiosa porque se baseia em crenças e num modo de vida. O Judaísmo não é transmitido geneticamente mas sim culturalmente e dentro de cada família através do exemplo e da influência. O processo de transmissão é o da educação em sentido lato, uma vez que aquilo que é transmitido não é apenas conhecimento mas também crenças e valores, atitudes e ideias, e sobretudo, um sentido de identificação e comprometimento. A ideia de que a vida humana é sagrada, porque criada à imagem de Deus, foi o preceito central da ética judaica. Tudo provem de Deus, cabendo ao homem o uso temporal desses dons: deve, por exemplo, arar a terra tendo em vista o seu uso pelas gerações vindouras.
A responsabilidade de transmitir o Judaísmo advém do Sinai, isto é, da obrigação contraída pelos antepassados quando em seu nome e em nome dos seus descendentes estabeleceram uma Aliança com Deus [1]. A transmissão do Judaísmo é uma tarefa para cada sucessiva geração de Judeus [2].
As tradições do povo Judeu eram difundidas oralmente na família através do pai e da mãe, responsáveis pela educação dos filhos a quem exigiam obediência do mesmo modo que Deus exigia ao seu povo.
As práticas educativas assentavam essencialmente na observação, no exemplo e na participação nas actividades familiares e religiosas nas quais o pai exercia duas funções: mestre e sacerdote. A partir do séc. VIII a.C. esta relação foi sendo formalizada e os escribas e sacerdotes assumiram progressivamente um papel mais importante na formação das crianças. No séc. III a.C. surge a Escola Sinagoga Elementar cujos pontos centrais de estudo eram o Pentateuco [3] e a literatura sapiencial em ordem a fortalecer a identidade comunal e a preservar a herança da fé ancestral. A escola judaica era uma escola destinada a todas as crianças porque a lei judaica assim obrigava todos os pais em todas as comunidades e tinha por objectivo instruir o discípulo na leitura e na compreensão das Escrituras Sagradas, no conhecimento da Lei Oral, por forma a prepará-lo para o estudo da Tora e para o Culto Divino. O povo Judeu foi uma das primeiras comunidades da antiguidade a insistir num ensino formal para todo o povo, praticando a alfabetização de adultos, a educação da população em geral e iniciando as crianças desde os seis ou sete anos de idade até aos 13 anos, sob a tutela do escriba. Estudavam a Tora, que além do Pentateuco inclui o corpo de tradições e interpretações que tratam da liturgia, e estudavam aritmética e hebraico antigo. No que se refere ao estudo da Tora, a democraticidade do processo ia ao ponto de juntar todas as crianças [4]. A educação habilitava os alunos a ler os livros da Tora e dos Profetas e a levá-los a uma compreensão de modo a que o conhecimento da Tora fosse suficiente para fazer participar a criança no estudo público desta e encorajá-la no desenvolvimento e expansão da tradição oral.
O processo educativo inculca no aluno não só o orgulho mas também a piedade e a humildade como membro de um povo santo. A sua educação fundamenta-se na crença de que Deus escolheu os Judeus para servirem de instrumento mas que a falta de fé desvia a sua posição privilegiada no caminho da salvação. Caso haja este desvio só a rectidão pode salvar o povo. Entendemos deste modo porque é que a educação tenta criar uma consciência cultural e cívica totalmente religiosa, ensinando valores individuais, integridade moral e religião: pretende-se que os judeus assimilem esses valores e que os pratiquem no dia a dia. A ênfase no trabalho manual e na dignidade deste é atestada pelo facto de mesmo os maiores estudiosos, os Rabinos e os profetas exercerem uma profissão: Jesus era carpinteiro. Era aceite que o trabalho manual enobrecia o carácter humano. No ensino da religião o processo educativo enfatiza a santidade mostrando que a única forma de se alcançar a rectidão pessoal é através da
disciplina moral, da contemplação, da oração e na conduta do dia a dia. É muito importante formar uma pessoa moralmente correcta porque o que importa na vida é aquilo que a pessoa é e não o que sabe fazer. Este facto explica o porquê de não haver preconceitos entre as profissões hebreias: as pessoas são julgadas pela sua rectidão de carácter.
Sabe-se que a prática da educação é muito anterior ao pensamento pedagógico. Tal pensamento surge em decorrência da reflexão que se faz em cima da prática da educação, como necessidade de sistematizá-la e organizá-la em função de determinados objectivos. O oriente [5] afirmou principalmente os valores da tradição, da não violência, da meditação e ligou-se principalmente à religião. Apesar das mudanças que experimentou, a educação judaica conserva ainda o ideal temático: Deus como princípio e fim, mestre e modelo da formação do povo.
Os livros sapienciais do Antigo Testamento são um manual para o êxito na vida, referem-se ao destino dos indivíduos, ensinam que a verdadeira sabedoria é não mais que o temor a Deus e que este temor é piedade. A origem da sabedoria deve ser procurada na vida familiar porque todo o conhecimento acumulado de geração em geração, o conhecimento sobre a natureza e sobre os homens, tudo isto é expresso em pequenas sentenças, ditados populares que possuem uma aplicação moral e que servem de normas de conduta. O ensino oral é compatível com este género de sabedoria, fácil, curta, simples, breve.
Neste debate procuraremos expor os ensinamentos do Livro dos Provérbios, do Eclesiastes e do Eclesiástico relacionando-os com a educação judaica, mais propriamente com o Judaísmo Sapiencial para quem o universo é o espelho perfeito da vontade de Deus, verdade que nos é transmitida através da experiência pessoal e da vontade colectiva.
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[1] Tomou o livro da Aliança e o leu para o povo; e eles disseram: "Tudo o que Iahweh falou, nós o faremos e obedeceremos" ( Ex.24:7).
[2] (...) ele firmou um testemunho em Jacó e colocou uma lei em Israel, ordenando a nossos pais que os transmitissem aos seus filhos, para que a geração seguinte os conhecesse, os filhos que iriam nascer: Que se levantem e os contem a seus filhos, para que ponham em Deus sua confiança, não se esqueçam dos feitos de Deus e observem seus mandamentos; (...) ( Sl. 78:5).
[3] Os cinco primeiros livros da Bíblia formam um conjunto que os Judeus chamam "Lei" ou Tora. Inclui o Livro do Génesis (porque começa pelas origens do mundo), O Êxodo (porque começa com a saída do Egipto), O Levítico (porque contém a lei dos sacerdotes da tribo de Levi), Os Números (por causa dos recenseamentos) e o Deuterónimo ( a segunda lei). Foram apresentados como lenda transmitida oralmente, de várias tribos hebraicas e alcançou a forma escrita depois do Exílio.
[4] "(...) o filho de um mendigo ou de um homem rico, o filho de um Haver (indivíduo) ou de um personagem ilustre da cidade, juntamente com os filhos dos homens ignorantes e pessoas de baixa estirpe ou mesmo os filhos de vários malfeitores e homens perversos.", Shmvel Safrai, Educação Elementar no Período Talmúdico, p.160-161, In Vida e Valores do Povo Judeu, UNESCO, 1969.
[5] A literatura sapiencial floresceu em todo o Antigo Oriente. Tem poucas preocupações religiosas e fica no plano do profano. Esclarece o destino dos indivíduos colhendo os frutos da experiência. Ensina o homem a conformar-se à ordem do universo e deveria dar-lhe os meios para ser feliz e prosperar.
2007/01/22
JUDAISM AND 15TH CENTURY ARCHITECTURE IN THE BEIRA PROVINCE(INTERIOR), PORTUGAL
(Conference of the Society of Portuguese Architects, January 15, 2007, Lisbon, Portugal)
Lisbon, Portugal
m lopes azevedo
On a balmy winter day in Lisbon, a group of architects, historians, archaeologists, researchers, and invited guests gather in the auditorium of the Society of Portuguese Architects to discuss the impact of Judaism on the architecture and urban form of the interior of the Beira province of Portugal. Situated on a north-south axis near the Portuguese-Spanish border, the area bore the major brunt of the mass migration of approximately 120,000 Jews to Portugal in 1492. Joining communities that existed since time immemorial, the Jewish neighbourhoods of Portugal (Judiarias) were greatly expanded. The area under study includes cities and towns such as, Belmonte, Meda, Penamacor, Castelo Branco, Celorico da Beira, Covilha, Figueira de Castelo Rodrigo, Fundao, Gouveia, Guarda, Idanha-a-Nova, and Trancoso.
The Israeli ambassador, Mr. Aaron Ram opened the conference with a short story about how he and his wife were one day enjoying the Portuguese sunshine at a cafe in Trancoso when they looked up and saw a Star of David on the window of a house. They smiled. Then the ambassador noted the age-old Hebrew adage, "a people who do not know their past have no future". He was warmly applauded.
The main presentation followed. The organizer of the conference, Architect Jose da Conceição Afonso, president of the district branch of the Society of Portuguese Architects in Castelo Branco reviewed the principles of Jewish architecture according to Italian Jewish architect Bruno Zevi, prolific author and founder of a school of architecture known as organic architecture. Mr. Afonso then proposed to apply the principles to the area studied.
Jewish architecture and urbanism according to Mr. Afonso`s interpretation of Zevi is organic, labyrinthine, even chaotic and anarchic. In contrast to classical (i.e. Greek or Roman), Jewish principles abhor order, symmetry, alignment, or perspective. Jewish architecture is alive, adding or subtracting as needed, conforming to the needs of the user. It adapts to the environment and context.
Using a power point presentation, Architect Afonso showed a great number of pictures of sixteenth century houses and streets of the Judiarias in the studied area. The pictures revealed narrow sinewy streets bursting with compact houses often interconnected by interior passageways, sometimes leading to hidden patios. Often of trapezoid design, the design of each house is unique. No design is ever repeated; no design is ever a perfect square or rectangle. Door and window openings are never aligned, each opening is of a different size and style, from Gothic to Manueline.
The houses are smaller in volume than in adjoining areas and do not have any garden space, not even a square metre to plant a lemon tree. To this day, there is a tradition at Easter time of emptying the houses of their contents and whitewashing the frames of windows and doors. Unlike their neighbours, the ground floor was not used to keep animals; rather many still have half doors, which is though to conform to the king`s edict that Jews could conduct business from their private residences.
The pictures showed long undulating walls of groups of houses. Some of the houses took on odd shapes, even seemingly futuristic, by adapting to the natural environment whether it was the use of a natural rock formation as a wall or taking advantage of a crevice in a mound. In one of the rooms of many houses there was often the stone of the Holy Spirit, a carved stone jutting out from the wall on which some object could be placed. Stone cupboards were also found in some of the houses, especially in houses considered to have been synagogues which were often larger and more ornate with carvings of stone animals (i.e. a lion) or more intricate window frames, often bevelled Gothic. Practically all of the houses had bevelled door frames and about 75% had cruciforms on the door frames. The significance of the cruciforms (carved variations of the Christian cross) is unknown, but it may have indicated the purification of houses where heretics lived (i.e. Jews forcibly converted-Marranos/New Christians). A few mezuzah cavities and carved menorahs were also found (see postings below).
Following architect Afonso, other presenters reported their findings: architect Vasco Morais Soares on the recuperation of Rua da Judiaria of Medelim/Idanha-a-Nova, architect Pedro Flavio Duarte Lopes Martins on the history and rehabilitation of the Judiaria of Covilha, architect Ana Isabel Aranda e Cunha, and historian Pedro Salvador on the Jewish presence in Fundao, Aldeia Nova do Cabo and Capinha, professor and archaeologist Carmen Ballesteros on Paths of Portuguese Jewish archaeology in a Peninsular Context, historian Carla Alexandra dos Santos on the cruciforms of the district of Trancoso, architect Antonio Jose de Sousa Caria Mendes on medieval synagogues in Portugal and liturgical law, and professor Maria Antonieta Garcia, director of the Centre for Jewish Studies of the University of Beira Interior on the Jews of Beira Interior.
Invited guests apart from the ambassador included, Jose Oulman Carp, Esther Mucznik president and vice-president respectively of the Israeli Community of Lisbon, Robert Bachman and D. Mery Drozdzinki Ruah from the Portuguese Association of Judaic Studies, Antonio Augusto Marques de Almeida and Paulo Pinto from the Chair of Sephardic Studies at the University of Lisbon, Abilio Mourao Henriques, president of the Belmonte Jewish community, Jorge Patrao, president of the Tourism Board of the Serra da Estrela, Aida Rechena, director of the Museum of Castelo Branco, Dulce Helena Pires Borges, director of the Museum of Guarda, David Augusto Canelo, director of the Jewish Museum of Belmonte, Jorge de Araujo, Ananias Quintano, rector and president of the executive council of the University of Evora, Monique Benveniste, Ricardo Bak Gordon, Richard Zimmler, Jose Domingos, and Manuel da Silva Castelo Branco. A number of politicians from the studied area also attended.
It was announced by various parties that at least three new Jewish museums would be opening in 2008/9. The politicians who spoke acknowledged the value of dignifying Jewish memory in their cities and towns. Town planners reported positive developments in urban renewal in city centres prompted by the rehabilitation of the former Judiarias. The panellists and participants left from this conference with a renewed vigour in the quest to dignify the Jewish presence in Portugal. (for pictures and topics of the panellists, cruciforms, see below.
ISRAELI AMBASSADOR AARON RAM
A people that do not know their past have no future
PRINCIPLES OF JEWISH ARCHITECTURE IN THE WEST AND JUDAISM, URBANISM AND CIVIL ARCHITECTURE IN 15TH CENTURY BEIRA (INTERIOR)
Architect Jose da Conceição Afonso, Conference organizer
THE RECUPERATION AND PRESERVATION OF THE JUDIARIA STREET OF IDANHA-A-NOVA/MEDELIM
Architect Vasco Morais Soares
(photo unavailable)
Architect Jose da Conceição Afonso, Conference organizer
THE RECUPERATION AND PRESERVATION OF THE JUDIARIA STREET OF IDANHA-A-NOVA/MEDELIM
Architect Vasco Morais Soares
(photo unavailable)
O “render da guarda” na sinagoga do Porto
Entrevista com o rabino Elizier Shai Di Martino, do Porto, Portugal
(for English version on which this Portuguese version is based see kulanu.org)
O Rabino Elizier Shai Di Martino, de 29 anos, sorri com
facilidade. Possui uma leveza de ser e uma aura amigável e fraterna. Ele e a sua jovem família chegaram recentemente ao Porto, com o apoio da Shavei Israel. O seu objectivo é trabalhar com os Marranos (Bnei Anousim)na sinagoga Kadoorie Mekor Haim. Trata-se da "Catedral
do Norte", construída pelo Capitão Barros Basto,
durante os anos 30, com a ajuda financeira dos
descendentes da Diáspora Marrana em Nova York,
Londres, Amsterdão, Paris e Shangai, na mesma época em que centenas de sinagogas estavam a destruídas pelos nazis na Europa.
Viver em Sefarad
O actual rabino Di Martino substituiu o anterior
rabino, hoje a viver em Jerusalém, Elisha Salas. Shai
Di Martino certamente esperava um dia viver na “Finis Terrae”
(Sefarad- Peninsúla Ibérica). Ou melhor: na cidade do Porto. Como devemos entender esta sua postura? Tudo parece indicar que decidiu aprender português e pensou mesmo retratar-se como um judeu português. Tendo crescido em Roma, constatou igualmente de que o apelido mais
comum na comunidade Judaica, em Roma, era DiPorto
(i.e. da cidade do Porto).
Sefardita medieval
O actual Rabi do Porto praticou o seu português após longas conversas com o seu bom amigo Yosef Rodrigues, da Comunidade de Belmonte. Tudo isso aconteceu durante o tempo em que ambos frequentaram o Midrash Sefardi Institute em Jerusalém (Israel). Quando confrontado com as suas crenças, descreve-se a si próprio como um “sefardita medieval”. Detesta rótulos. Os seus heróis, para além do Capitão Barros Basto – conta-nos que chegou mesmo a chorar quando terminou a leitura da sua biografia da autoria de Inácio Steihardt e Elvira Mea - , incluem Maimónides (Rambam), Gersonides e o pensador nascido em Portugal Abrabanel. Pensa que também o filósofo grego Aristóteles teria algo de relevante a comunicar ao século XXI.
Centelha, pequeno brilho
O rabi de origem italiana diz-se pouco identificado com o espírito “niilista” do chamado “pós-modernismo”. Ele consegue, no entanto, vislumbrar “uma ligeira centelha, um pequeno brilho, neste tempo cinzento, abafado; este mesmo tempo que enfraqueceu a autoridade moral da Igreja, torna de certa forma mais fácil o retorno à comunidade
de raiz Judaica pelos descendentes dos que foram
forçados à conversão”. Di Martino fez um pacto com D`us e
tenciona trazer de volta o “seu rebanho”. Não pretende envolver-se nos “negócios” com os produtos “cosher”. Acredita mais em apoiar os marranos e proporcionar o crescimento de novas comunidades no Norte de Portugal.
“Shohet” certificado
Di Martino é um “shohet certificado (habilitado a abater animais segundo as regras sagradas judaicas) mas não se vai envolver em actividades comerciais; vai colocar as suas competências ao serviço religioso da comunidade. “É muito mais fácil manter o regime kosher – diz o rabi - do que muitas pessoas imaginam”. Nas suas refeições diárias come muito peixe fresco, vegetais e queijo não coalhado. Prefere restaurantes vegetarianos (no Porto, felizmente, há muitos).
É muito conhecedor da história dos Marranos; a sua própria família tem raízes em Cristãos Novos no sul de Itália desde os tempos do Domínio Espanhol. Está na cidade do Porto pronto para “acertar o passo com a História” num derradeiro desafio com a Inquisição. “Afinal de contas – assinala - em que outra língua é "segunda-feira" o segundo dia da
semana? Porquê? O Hebraico, com certeza”. Neste capítulo concorda com as teses do Prof. Doutor Moisés Espírito Santo de que a
língua portuguesa tem a sua antiga génese no antigo Hebraico Latinizado(a linguagem dos antigos colonizadores Fenícios).
Marranos “ambicionam mais”
O Rabi Di Martino quis, desde o início dos seus estudos hebraicos, trabalhar com os Bnei Anousin em Portugal. Considera mesmo que muito embora possam ter menos conhecimentos, os marranos "ambicionam mais." Para isso iniciou várias aulas de “retorno” ao judaísmo normativo e mantém vivo o sonho de implementar o programa yeshiva de Rosh Pina criado por Barros Basto: “Um desafio – refere - ao nível de qualquer outro em Israel”. Reconhece, no entanto, que “tem uma tarefa árdua pela frente, mas não está no Porto para perder. Já passou demasiado tempo”. A sua desprendida maneira de ser e a profunda convicção no Judaísmo Comunitário prometem um novo renascimento marrano. Assim o esperamos.
Por Manuel Azevedo (a versão portuguesa do texto original em inglês (ver www.kulanu.org) é da autoria de Luís Gonzaga Grego e Alexandre Teixeira Mendes)
Entrevista com o rabino Elizier Shai Di Martino, do Porto, Portugal
(for English version on which this Portuguese version is based see kulanu.org)
O Rabino Elizier Shai Di Martino, de 29 anos, sorri com
facilidade. Possui uma leveza de ser e uma aura amigável e fraterna. Ele e a sua jovem família chegaram recentemente ao Porto, com o apoio da Shavei Israel. O seu objectivo é trabalhar com os Marranos (Bnei Anousim)na sinagoga Kadoorie Mekor Haim. Trata-se da "Catedral
do Norte", construída pelo Capitão Barros Basto,
durante os anos 30, com a ajuda financeira dos
descendentes da Diáspora Marrana em Nova York,
Londres, Amsterdão, Paris e Shangai, na mesma época em que centenas de sinagogas estavam a destruídas pelos nazis na Europa.
Viver em Sefarad
O actual rabino Di Martino substituiu o anterior
rabino, hoje a viver em Jerusalém, Elisha Salas. Shai
Di Martino certamente esperava um dia viver na “Finis Terrae”
(Sefarad- Peninsúla Ibérica). Ou melhor: na cidade do Porto. Como devemos entender esta sua postura? Tudo parece indicar que decidiu aprender português e pensou mesmo retratar-se como um judeu português. Tendo crescido em Roma, constatou igualmente de que o apelido mais
comum na comunidade Judaica, em Roma, era DiPorto
(i.e. da cidade do Porto).
Sefardita medieval
O actual Rabi do Porto praticou o seu português após longas conversas com o seu bom amigo Yosef Rodrigues, da Comunidade de Belmonte. Tudo isso aconteceu durante o tempo em que ambos frequentaram o Midrash Sefardi Institute em Jerusalém (Israel). Quando confrontado com as suas crenças, descreve-se a si próprio como um “sefardita medieval”. Detesta rótulos. Os seus heróis, para além do Capitão Barros Basto – conta-nos que chegou mesmo a chorar quando terminou a leitura da sua biografia da autoria de Inácio Steihardt e Elvira Mea - , incluem Maimónides (Rambam), Gersonides e o pensador nascido em Portugal Abrabanel. Pensa que também o filósofo grego Aristóteles teria algo de relevante a comunicar ao século XXI.
Centelha, pequeno brilho
O rabi de origem italiana diz-se pouco identificado com o espírito “niilista” do chamado “pós-modernismo”. Ele consegue, no entanto, vislumbrar “uma ligeira centelha, um pequeno brilho, neste tempo cinzento, abafado; este mesmo tempo que enfraqueceu a autoridade moral da Igreja, torna de certa forma mais fácil o retorno à comunidade
de raiz Judaica pelos descendentes dos que foram
forçados à conversão”. Di Martino fez um pacto com D`us e
tenciona trazer de volta o “seu rebanho”. Não pretende envolver-se nos “negócios” com os produtos “cosher”. Acredita mais em apoiar os marranos e proporcionar o crescimento de novas comunidades no Norte de Portugal.
“Shohet” certificado
Di Martino é um “shohet certificado (habilitado a abater animais segundo as regras sagradas judaicas) mas não se vai envolver em actividades comerciais; vai colocar as suas competências ao serviço religioso da comunidade. “É muito mais fácil manter o regime kosher – diz o rabi - do que muitas pessoas imaginam”. Nas suas refeições diárias come muito peixe fresco, vegetais e queijo não coalhado. Prefere restaurantes vegetarianos (no Porto, felizmente, há muitos).
É muito conhecedor da história dos Marranos; a sua própria família tem raízes em Cristãos Novos no sul de Itália desde os tempos do Domínio Espanhol. Está na cidade do Porto pronto para “acertar o passo com a História” num derradeiro desafio com a Inquisição. “Afinal de contas – assinala - em que outra língua é "segunda-feira" o segundo dia da
semana? Porquê? O Hebraico, com certeza”. Neste capítulo concorda com as teses do Prof. Doutor Moisés Espírito Santo de que a
língua portuguesa tem a sua antiga génese no antigo Hebraico Latinizado(a linguagem dos antigos colonizadores Fenícios).
Marranos “ambicionam mais”
O Rabi Di Martino quis, desde o início dos seus estudos hebraicos, trabalhar com os Bnei Anousin em Portugal. Considera mesmo que muito embora possam ter menos conhecimentos, os marranos "ambicionam mais." Para isso iniciou várias aulas de “retorno” ao judaísmo normativo e mantém vivo o sonho de implementar o programa yeshiva de Rosh Pina criado por Barros Basto: “Um desafio – refere - ao nível de qualquer outro em Israel”. Reconhece, no entanto, que “tem uma tarefa árdua pela frente, mas não está no Porto para perder. Já passou demasiado tempo”. A sua desprendida maneira de ser e a profunda convicção no Judaísmo Comunitário prometem um novo renascimento marrano. Assim o esperamos.
Por Manuel Azevedo (a versão portuguesa do texto original em inglês (ver www.kulanu.org) é da autoria de Luís Gonzaga Grego e Alexandre Teixeira Mendes)